Foto: Reprodução/Facebook
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, e o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, se reuniram na manhã de quinta-feira (3) em Brasília com assessores do procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, para discutir os rumos da investigação do assassinato do promotor Thiago Faria Soares, que completa seis meses na próxima semana. A decisão sobre a federalização do caso sairá em, no máximo, 10 dias.
Faz 50 dias nesta sexta (4) que o inquérito saiu das mãos da Polícia Civil, que aguarda apreciação para saber se a Polícia Federal assumirá ou não a investigação. Os delegados Josineide Confessor e Alfredo Jorge, responsáveis pelo caso, haviam solicitado a prorrogação do prazo de conclusão do inquérito, mas o Ministério Público de Pernambuco decidiu fazer o pedido de deslocamento de competência devido à demora, criando um mal-estar entre as duas instituições.
A reunião na sede do Ministério Público Federal, em Brasília, durou horas. No encontro, tanto Alessandro quanto Fenelon foram ouvidos e deram seu lado da história. Representantes do MPF e do Ministério da Justiça receberam relatórios com o andamento do inquérito, assim como o resultado da reprodução simulada da morte do promotor e o laudo das perícias realizadas no local do crime. A greve dos Correios teria contribuído para a demora na chegada dos documentos à capital federal.
Diante do impasse, a Polícia Civil ainda não se posicionou oficialmente sobre as perícias, mas a reportagem apurou que, entre outras conclusões, o trabalho do Instituto de Criminalística (IC) concluiu que o veículo dirigido por Thiago Faria Soares estava em movimento na hora em que ele foi atingido pelo primeiro disparo de arma de fogo, na PE-300, entre os municípios de Itaíba e Águas Belas, no Agreste do Estado. Josineide havia listado 17 dúvidas relativas ao caso e, segundo fontes, todas foram respondidas pelo IC.
O Ministério da Justiça vai definir se federaliza a investigação, se mantém o caso com a Polícia Civil ou se decide por uma apuração integrada. O secretário de Defesa Social e o procurador-geral de Justiça de Pernambuco retornaram ao Recife ainda na tarde de ontem.
O promotor foi assassinato em 14 de outubro do ano passado na PE-300, quando saiu de Águas Belas com destino a Itaíba. A advogada Mysheva Martins, noiva de Thiago, estava no carro, mas sofreu apenas escoriações, assim como um tio dela. O fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa é apontado pela Polícia Civil como mandante do crime e está foragido. O agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, cunhado de Zé Maria, chegou a ser preso sob suspeita de ser o executor do crime, mas conseguiu ser solto pela Justiça.
Fonte: JC Online.
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