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sábado, 12 de abril de 2014

Dez policiais são atacados em duas semanas; um fica paraplégico e outro segue internado em estado grave na Paraíba.


Policial militar é baleado durante assalto a supermercadoOs casos de violência contra policiais aumentaram consideravelmente nos últimos dias. O Portal Tambaú 247 fez um levantamento junto ao presidente da Associação dos Militares Estaduais da Paraíba e constatou que já são, pelo menos, dez homens da segurança pública vítimas de atentados à mão armada.
Uma equipe da Força Tática, da Polícia Militar, foi vítima de atentado contra a vida na noite desta quinta-feira (10). Bandidos teriam atirado na viatura enquanto os policiais passavam pelo cruzamento entre o bairro dos Novais e Jardim Veneza, em João Pessoa.
O acusado seria um homem conhecido como ‘Berel’. Estavam na viatura o Cabo Cunha, soldado Soares e o soldado Deyvisson. O soldado Soares compartilhou em redes sociais uma mensagem de desabafo. “Olá, boa noite a todos. Neste momento me sinto muito agradecido à Deus e aos colegas de farda que, nesta noite, ao solicitar apoio chegaram com brevidade”, agradeceu o soldado.
Ainda segundo o soldado, o acusado teria efetuado mais de 20 disparos contra a guarnição. Ninguém ficou ferido neste caso. Outro policial comentou que houve um ataque a um companheiro da PM do 7º Batalhão de Polícia Militar. O atentado teria acontecido na entrada do município de Lucena, Litoral Norte do Estado. O policial se refugiou no local e revidou os tiros. Ele estava à paisana e ninguém ficou ferido. O acusado de atirar não foi identificado.
Policial militar é baleado durante assalto a supermercadoOutros casos
Na semana passada, dois policiais foram baleados no Rio Grande do Norte. Um deles morreu em um suposto assalto dentro de casa e outro foi internado, perdendo a visão de um olho.
Na Paraíba, um caso repercutiu nacionalmente. O soldado Jeferson dos Santos de Souza, de 35 anos, foi baleado enquanto fazia compras em um supermercado no bairro Costa e Silva, na Capital.
Ele foi ferido na perna e na cabeça, passou por tomografia e precisou de um colchão pneumático, pois seu caso inspira cuidados especiais. O colchão foi doado ao policial através de arrecadações feitas pelos colegas. O estado de saúde dele ainda é grave.
Os bandidos levaram a arma do PM e foram detidos cerca de três horas depois de cometer o crime.
O Sargento Ferreira, do município de São José das Caianas, Vale do Piancó, foi vítima de emboscada. A ação foi considerada como retaliação ao trabalho executado pelo PM. Ele não ficou ferido, embora o veículo tenha sido atingido por vários tiros.
O Cabo Valmir, do 5º Batalhão de Polícia Militar, na Capital, foi atingido por um tiro no pé. Dois homens em uma motocicleta chegaram atirando no policial que estava próximo a um estabelecimento. O PM conseguiu correr e o atirador descarregou todas as munições da arma.
O soldado Nascimento, de 27 anos, do 9º Batalhão de Polícia Militar, na região de Cuité, vinha com a esposa no veículo pela cidade de Campina Grande. Ao deixar a mulher no hospital, com suspeita de aborto espontâneo, o policial passou pelo bairro das Malvinas onde foi assaltado.
Ao perceberem que se tratava de um policial, os assaltantes atiraram contra ele pelas costas. Ele reagiu atirando e conseguiu balear os dois assaltantes. Os bandidos fugiram mas foram pegos logo em seguida por policiais à paisana.
O policial foi baleado nas costas e encontra-se internado no Hospital de Trauma de Campina Grande. Foi confirmado que o soldado Nascimento ficou paraplégico após ser atingido pelos tiros.
Segundo o Cabo Sérgio Rafael, presidente da Associação dos Militares Estaduais da Paraíba, a desvalorização dos PMs é percebida até nas horas mais difíceis. A falta de rigidez na punição dos bandidos seria um fator que contribui para que os PMs sejam atacados. “Os policiais que são baleados ou são mortos, se aposentam pela Diretoria de Saúde da PM e perdem o auxílio-alimentação e bolsa-desempenho, reduzindo o salário dele em quase 40%. Na hora que mais precisamos, somos ‘abandonados’ pelo poder público. Merecíamos receber um auxílio de risco de vida”, relatou o Cabo Sérgio Rafael.
Ele falou também da promessa feita pelo governo. “O Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração foi prometido na campanha de 2010. Nós entregamos o pedido do PCCR em 12 de janeiro deste ano nas mãos do governador. Até o momento, não recebemos nenhum convite para falar sobre o Plano”, completou o Cabo.
Foi divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que a Paraíba é o segundo estado mais violento do Brasil. A capital, João Pessoa, ocupa o 9º lugar no ranking mundial das cidades mais violentas do mundo.
Fonte: Portal Tambaú 247.

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