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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Desabafo e pedido de ajuda de um pai!




“Para um pai, o pior castigo é ter um filho com drogas em casa”. O aposentado Max Teles fala do filho mais velho, de 25 anos. Quando tinha 15, o rapaz começou a fumar maconha. Depois, passou a usar cocaína. “De uma hora para outra desconheceu pai e mãe e começou a fazer barbaridades dentro de casa, roubar as coisas, me xingar, xingar a mãe”.

Segundo a família, nos momentos de violência, o rapaz arromba portas, quebra móveis e eletrodomésticos. A mãe registrou uma queixa por ameaça de morte.

O medo de o filho cumprir as ameaças é tão grande que a casa foi dividida em duas. A família colocou uma porta com grades e cadeados para isolar o rapaz, principalmente quando o pai não está em casa.

Em um quarto, dormem pai, mãe e dois filhos. Para o cômodo também foram levados alguns eletrodomésticos, como fogão, geladeira e micro-ondas. Os mantimentos ficam guardados na estante. Tudo longe do rapaz. “Ele vende tudo. Ele pega e vende. Não está nem aí”, conta o pai.

Max não é pai biológico do jovem, que é filho do primeiro casamento da mulher, mas o registrou como filho quando ele tinha três meses de vida. “O amor que eu tenho por ele. Tudo que ele faz, não tenho ódio dele. Tenho dó, piedade e amor”.
O aposentado procurou ajuda em todos os lugares para internar o rapaz, mas não conseguiu. Sem saber o que fazer, contou na internet o sofrimento da família.

As histórias que envolvem dependentes químicos e seus familiares são bastante parecidas, mas é possível mudar.

Helmut de Oliveira, de 39 anos, é um exemplo disso. O soldador foi viciado dos 13 aos 33 anos, quando finalmente, buscou a ajuda médica. Ele se internou numa clínica de recuperação de dependentes e conseguiu se livrar das drogas. “A droga te domina. Você não tem controle nem sobre você nem sobre ela. As pessoas dizem ‘ah, eu tenho controle’, mentira. Não tem controle, a gente não tem controle. O dependente químico não tem controle, vai ser sempre um doente químico”.

Apesar de ter-se recuperado na clínica, Helmut é contra a internação compulsória. “Eu sou contra, sou completamente contra. Nunca vou ser a favor”.

Miguel Ximenes de Rezende, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, é a favor da internação compulsória. “Por entender que o paciente não tem entendimento sobre a sua própria realidade. Não tem domínio sobre si mesmo. Está pondo em risco a sua integridade e a integridade de terceiros”.

Enquanto espera a internação do filho, a família de Max vive trancada dentro da própria casa, mas não deixa de acreditar. “Eu estou fazendo um apelo de pai desesperado. Não vou perder um filho para as drogas. Enquanto eu puder lutar, eu vou lutar”.

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