Vários
internos fizeram uma rebelião na FUNASE-Fundação de Atendimento Socioeducativo,
em Caruaru, nesta sexta-feira (08). O motim teve início por volta das 17:10hs,
quando dois agentes da unidade foram a uma das casas para levar o lanche da
tarde dos menores. Como eles trabalham desarmados, foram dominados pelos
internos que pegaram as chaves e começaram a abrir as outras casas e soltar os
infratores, em seguida eles fizeram três agentes reféns e começaram a quebrar
tudo que encontravam pela frente.
A
Polícia Militar foi acionada e cercou o prédio para evitar uma fuga em massa,
revoltados os rebelados utilizando colchões e cobertores, atearam fogo nos
portões e assassinaram dois internos, Marcelo
Cícero da Silva, de
17 anos, que era natural de Agrestina e cumpria medida socioeducativa por
estupro, foi queimado vivo e Wellington
Manoel de Souza,
vulgo Arrim, de
17 anos, que era de Bezerros e cumpria medida por tráfico. Ele foi morto por
espancamento e a golpes de faca artesanal, ainda tentaram queimá-lo mas foram
impedidos pelo policiamento.
Os
policiais militares tiveram muito trabalho para controlar o motim, haja vista,
dezenas de adolescentes participavam da ação, inclusive jogando pedras nos
policiais que tiveram que utilizar bombas de efeito moral para conter os ânimos,
e
após assumir o controle, os PM´s localizaram dois cadáveres no pátio, um
totalmente carbonizado e o outro com pelo menos 25 cortes de faca e a cabeça
estourada.
Foram
identificados como autores intelectuais e com atuação direta, tanto na rebelião
como nos assassinatos, 7 internos, sendo 5 menores, um de 15, um de 16 e 3 de 17
anos, e dois maiores, Eduardo Jansaro da Silva, vulgo “Dudú” de 18
anos, que cumpre pena por tráfico, roubo, assalto e homicídio e Luiz Carlos
da Silva, vulgo “Indio” ou “Aldeia” de 18 anos. Os acusados
confessaram o crime e disseram que mataram as vítimas, porque as mesmas eram
“cabuetas”. Eles confessaram ainda que participaram da rebelião na FUNASE do
Cabo de Santo Agostinho, onde mataram e arrancaram a cabeça de um
interno.
Os
acusados foram levados a 2ª Delegacia de Polícia Civil de Caruaru, onde foram
autuados em flagrante pelo delegado da Força Tarefa, Dr. Bruno Vital, por
duplo homicídio qualificado, tentativas de homicídio, lesão corporal e dano ao
patrimônio público. Após a lavratura do procedimento, os maiores foram levados
para a penitenciária Juiz Plácido de Souza em Caruaru, enquanto que os menores
retornaram a FUNASE.
Pelo
menos quatro agentes socioeducativos sofreram ferimentos, Zenivaldo
Freitas Lopes,
de 54 anos, que precisou ser hospitalizado; Emerson
Domingos,
de 38 anos; Luiz
Gustavo,
de 32 anos e Consuelo
Silva Estrela,
36, que foi mantida como refém pelos internos.
De
acordo com o agente Emerson Domingos, que está há 8 anos, trabalhando na
instituição, o motivo dos homicídios, é uma rivalidade que existe entre os
internos oriundos da unidade do Cabo e os que são da região de Caruaru. Ele
também informou que a direção da unidade sabia que os adolescentes que vieram do
Cabo planejavam uma rebelião e não tomou qualquer providência, pois quando há
alguma fuga ou algum outro problema dentro da unidade os culpados são sempre os
agentes que acabam sendo punidos. Segundo ele hoje existem 168 internos na
unidade.
Familiares aguardavam angustiados o desfecho da situação, para saber se o seu parente estava entre os mortos. |
Além
de dezenas de policiais militares das guarnições de áreas, do GATI, ROCAM e
CIOSAC, também participaram da mega operação, socorristas do Samu Regional e
Corpo de Bombeiros Militar. Já o levantamento cadavérico foi comandado pelo
perito criminal Dr.
Teófilo Ribeiro.
Fonte: Blog do Adielson Galvão.
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